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Mãe Stella de Oxóssi: 100 anos de Odé Kayodè


Foto: Mário Cravo Neto
Foto: Mário Cravo Neto

Mãe Stella de Oxóssi, Odé Kayodê, 100 anos. Era uma mulher à frente do tempo. Lutou por si, por nós, pelo sagrado. Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, foi enfermeira por mais de 30 anos e a primeira imortal da Academia de Letras da Bahia. Escritora, com nove livros publicados, ensinou a muitos como se reconhecer e a se reconectar com a própria ancestralidade, através da suavidade de suas palavras.


Meu primeiro contato com a obra de Mãe Stella, foi através do livro “Meu Tempo é Agora”, era abian e muitas dúvidas ainda me cercavam. Mas as palavras tem poder de cura e tal como a flecha do nosso pai Oxossi, as palavras dela foram certeiras. Em determinada passagem do livro, ela fala que, um yawo que não viveu seu tempo corretamente, se tornaria um Egbon frustrado e complementou dizendo que isso também servia para o abian. Aquilo adentrou em mim e vivi meu abianato até a hora que Iansã quis. Entendi melhor os seus ensinamentos quando renasci, me tornei yawo e tive as minhas próprias vivências e aprendizados dentro do axé.


Mãe Stella nos deixou um legado, com diversos ensinamentos, principalmente, para aqueles que tiveram a felicidade de partilhar a vida com ela. Para nós, um ancestral é eterno, logo, ela continua sendo um dos grandes símbolos de resistência, de lealdade e da força do matriarcado no Candomblé, também, pelo papel que desempenhou socialmente. Era uma mulher que agregava, militante, política, sim, inteligente e ciente de como conduzir muito bem toda situação que chegava até ela. Enfrentou o racismo religioso, o sincretismo, resgatou as nossas raizes, potencializou nosso povo e fortaleceu muitas de nós. Viva a Mãe Stella, não só hoje, mas todos os dias! 💙


Foto: Acervo Mário Cravo Neto

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